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  • Sandrinha Lesbaupin

As Competências do Século XXI


As habilidades e competências exigidas pelo mercado de trabalho mudam e sempre mudaram. O que torna a situação atual mais complicada não é o fato delas estarem em mudança, mas a velocidade dessas mudanças. Trabalho com Orientação Profissional e Escolha de Carreira principalmente com jovens e, com frequência cada vez maior, vejo meus orientandos fazendo escolhas e se preparando para um futuro que, quando eles chegam lá, já não existe mais... São exemplos disso os formandos em Engenharia Civil que visavam aproveitar o mercado das Olimpíadas e Copa do Mundo no Brasil, e aqueles que focaram suas carreiras no Petróleo, tido como o grandioso futuro há 15 anos.

Como me preparar, então, para o futuro?

Dado meu nicho de trabalho, eu me faço essa pergunta diariamente. Como orientar meus clientes e alunos? Quais dicas e sugestões passar em minha palestras?

O que tenho percebido é que, atualmente, o desenvolvimento de muitas atividades profissionais depende menos das competências específicas do trabalho em si e mais de habilidades gerais, tais como domínio de novas tecnologias, relações pessoais, proatividade e capacidade de olhar o todo. Mas, será que as escolas desenvolvem os alunos para isso? Aos conhecimentos nucleares tradicionais (no meu entender, principalmente raciocínio lógico e capacidade de comunicação verbal e escrita), somam-se outras habilidades que precisam ser desenvolvidas na formação de nossos jovens: capacidade de aprendizagem, inovação, planejamento de vida e planejamento de carreira.

Tem-se chamado o mundo atual de Mundo VUCA, em alusão às siglas em inglês para Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo. Essa realidade traz novos desafios à escolarização e à orientação profissional. Ao invés de focar nas profissões e em suas habilidades técnicas (aquelas adquiridas na faculdade, treinamentos e livros), precisamos focar nas competências comportamentais (ou nos comportamentos transversais, pois cabem em várias atividades profissionais). Profissões aparecem e desaparecem cotidianamente.

O que os empregadores querem hoje?

Pesquisa realizada em fevereiro de 2016 pelo Instituto Brasileiro de Coaching, IBC, revelou as 10 características profissionais mais valorizadas pelo mercado, independentemente da carreira. São elas:

1. Análise e Resolução de Problemas / Liderança

Capacidade de solucionar problemas (grandes ou pequenos, previstos ou imprevistos, seus ou de outro departamento) associada à habilidade de extrair o melhor de si e de cada talento da sua equipe. Vale destacar que a liderança não está associada, necessariamente, às pessoas na função de líder. Nesse sentido de tirar o melhor de si e dos demais em prol da solução de problemas, ela deve ser aplicada independentemente de cargo ou função.

2. Criatividade e Inovação

Capacidade de propor soluções, criar oportunidades e ousar fazer diferente. As pessoas criativas e inovadoras conseguem identificar resoluções alternativas para problemas antigos, conseguem pensar em soluções para problemas que não existem ainda, além de terem talento para criar novos métodos de trabalho, produtos ou serviços.

3. Adaptabilidade e Flexibilidade
Trata-se de ser capaz de acompanhar as mudanças. Ser aberto a novo métodos de trabalho e desafios é uma característica de extremo valor para as empresas. Pessoas resistentes são também um empecilho a mudanças positivas.
4. Busca por conhecimentos/ Planejamento
Profissionais capazes de planejar e organizar suas carreiras, buscando os melhores resultados e buscando fugir da estagnação pessoal agregam a onde quer que trabalhem. Ter um percurso profissional estruturado, buscar cursos de atualização e aprimoramentos, como também estar bem informado demonstraram foco, determinação e evolução.

5. Automotivação/ motivação para a excelência

A automotivação é a capacidade de manter-se motivado mesmo diante das adversidades e desafio. Associada à motivação para a excelência, que é a busca por fazer sempre melhor e o melhor, farão de você um profissional requisitado. São valorizadas as pessoas que tiram proveito de situações complicadas e tornam um cenário ruim em algo positivo, a partir de sua própria motivação e força de vontade.

6. Comunicação Efetiva
Fazer-se bem compreendido é fundamental. A falha de comunicação é um dos principais fatores que contribuem para a produção de problemas entre as pessoas.
7. Relacionamento Interpessoal
Relacionar-se bem garante a empatia com colegas, líderes, clientes e fornecedores. Possibilita minimizar conflitos, estabelecer novos amigos, ganhar seguidores e influência para obter colaboração em seus projetos.
8. Trabalho em equipe
Realizar trabalhos verdadeiramente em conjunto, ter flexibilidade para lidar com diferentes perfis de pessoas e uma postura colaborativa é fundamental.
9. Capacidade de Negociação
Gerir situações situações de conflito buscando manter o bom clima organizacional. Também, ser capaz de entrar em acordos de forma produtiva com parceiros, fornecedores e clientes.
10. Bom Humor
Ninguém gosta de trabalhar ao lado de quem vive emburrado. Além disso, segundo pesquisa da revista inglesa Management Today, pessoas infelizes são 80% menos produtivas. É essencial, portanto, buscar o equilíbrio emocional, cultivar emoções positivas e ter bom humor. Isso torna a convivência mais harmônica e os resultados melhores.

Essas competências influenciam na satisfação do trabalhador?

Pergunta crucial. Temos, acima, a lista do que o mercado de trabalho busca e deseja de seus profissionais. Mas, e para o profissional? Ter essas características o fazem mais satisfeito, mais realizado, mais bem remunerado?

Estudos recentes da Universidade de Portugal revelam que sim. Profissionais que desenvolveram as competências e habilidades acima descritas são mais satisfeitos com seu trabalho e tendem a ser mais felizes. A relação entre competência e satisfação é particularmente evidente nas competências Criatividade e Inovação e Automotivação/ Motivação para a Excelência.

Em relação à remuneração, a relação é positiva em todas as competências, mas se faz mais presente entre os profissionais que tem habilidades em Solução de Problemas. Ou seja, segundo a pesquisa, quanto maior a habilidade do profissional em encontrar solução para os desafios, maior tende a ser sua remuneração.

Ficou mais claro onde investir sua formação?


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